"Ser educador é muito mais do que ser professor. Para ser educador, não basta conhecer teorias, aplicar metodologias, é preciso uma predisposição interna, uma compreensão mais ampla da vida, um esforço sincero em promover a própria autoeducação, pois o educador verdadeiro é aquele que, antes de falar, exemplifica; antes de teorizar, sente e antes de ser um profissional é um ser humano." (Incontri)


"É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática." (Paulo Freire)


"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar e para convencer, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras” (2 Tm 3, 16-17)

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Junho é o mês de cair na festa

Quadrilha Charme da Ilha
Mosqueiro
Campeã de 2009
Quinta-feira, 16/06/2011, 07h43

Junho é o mês de cair na festa

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O prazer de dançar, de comer, de se banhar, de namorar e de fazer arte está representado nas tradicionais festas juninas através de vários símbolos. São elementos como as bandeirinhas, as comidas, a quadrilha e a fogueira que dão à manifestação cultural o simbolismo de celebração do prazer.

“As festas juninas simbolizam o imaginário coletivo da sociedade. É uma forma de as pessoas se sentirem participantes de uma mesma comunidade emocional. É como se as pessoas estivessem celebrando o prazer daquele pertencimento, daquela maneira de sentir que é comum a todos”, explica o professor e poeta João de Jesus Paes Loureiro.

Segundo ele, é essa complexidade de elementos percebidos nas festas comemoradas no período junino que fazem com elas se tornem manifestações completas. “A quadra junina é um dos ciclos culturais mais completos porque tem a expressão artística, tem o misticismo próprio, a teatralidade, as comidas típicas e a música e ritmo próprios”, aponta.

De acordo com Paes Loureiro, apesar de se renovar constantemente, a quadrilha junina tem origem francesa, daí a sonoridade das palavras que embalam os passos tradicionais como “anarriê” e “avancê”. “A quadrilha é um gênero que se moderniza cada vez mais porque é incorporada pelos jovens. A quadrilha sempre teve um enredo típico e lúdico, mas hoje o enredo foi se modernizando com a evolução da quadrilha”.

Puxado por esse elemento lúdico, o casamento na roça também é um dos elementos mais característicos das festas de São João. A reprodução cômica da cerimônia tradicional, além de se desenvolver de maneira própria, é palco para expressões típicas desse tipo de comemoração. “As festas juninas têm um vocabulário próprio que só é usado nesta época”, aponta o professor.

Neste sentido, as festas não deixam de ter um lado místico caracterizado pela figura dos santos homenageados e pelas simpatias comuns à época. Influenciadas prioritariamente pela cultura judaico-cristã, a presença dos santos padroeiros e dos santos de devoção acabam se misturando às celebrações juninas. “Como são manifestações cíclicas, anuais e seculares, assumem uma dimensão ritualística grande”, explica Paes Loureiro.

Elemento constante no período junino, as fogueiras são exemplos desses rituais. Como forma simpatia, elas são puladas como forma de fortalecimento de amizades. De acordo com Paes Loureiro, apesar de se tornarem incompatíveis com os centros das cidades, a valorização das fogueiras se dá pelo caráter místico que apresentam. “A fogueira é valorizada pelo poder simbólico que o fogo representa como a energia, o amor, a quentura da amizade”.

ASPECTOS MÍSTICOS

Ainda assim, os aspectos místicos das festas juninas têm um elemento diferenciado na cultura paraense. Há cinco anos o gerente operacional de logística, Nilton Barreto, vê nos famosos banhos cheirosos das erveiras do Ver-o-Peso a melhor maneira de atrais bons fluidos no período da quadra junina.

No primeiro domingo de junho deste ano, ele tomou o banho de São João como forma de conquistar um bom semestre. “Diluímos o banho em água e jogamos da cabeça aos pés e deixamos secar no corpo para a essência da erva funcionar melhor. Nesse momento, o que fazemos é pensar positivo para atrair boas energias”, ensina. “Todos esses anos têm dado certo, as coisas estão fluindo bem”.

Influenciado pela tradição do pai, o pequeno Lucas Felipe Moura, de sete anos, também já experimentou o banho. “Eu gostei porque é cheiroso”. Para manter a tradição, Nilton compra o cheiro sempre com a mesma erveira. “Deu certo uma vez, então vai continuar”.

Ainda assim, segundo Paes Loureiro, esse não é o único aspecto da cultura paraense que foi incorporado às festividades juninas. O Pássaro Junino e o Boi Tinga, do município de Vigia. “Se analisarmos as manifestações da cultura junina no Brasil vemos que quase todos vieram com os colonizadores e receberam alguma variação depois”, diz o professor.

(Diário do Pará)

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