A presente pesquisa visa contribuir para construção do
conhecimento dos acadêmicos do curso de pedagogia da Faculdade
Metropolitana, quanto aos limites da implicância no desenvolvimento
humano suas finalidades, conhecimento que possibilitará melhor
desempenho dos mesmos no desenvolvimento e aplicações das atividades a
disciplina de psicologia.
O desenvolvimento da criança inicia-se no seio familiar, que é o meio em
que desenvolve seus primeiros contatos; é por isso que consideramos a família como grande contribuidora ao desenvolvimento e à construção da identidade do indivíduo.
Muitos
pais, principalmente, os de primeira viagem, sentem dificuldades em
lidar com seus filhos, não sabem como agir em determinada situação e nem
como estabelecer limites para os mesmos.
Essa
questão de limites é complexa e nos faz pensar que os pais, às vezes,
por não saberem lidar com determinadas situações acabam “falhando” nas
recompensas e na hora de impor limites; pois, querendo agradá-los,
talvez, pelo fato de não ficarem o dia todo com eles, por trabalharem
fora, acabam fazendo suas vontades, tirando do castigo, criando, dessa
forma, seus filhos sem limites.
Este
trabalho se refere ao seminário apresentado e é baseado exatamente
nessas questões e sobre como e quando os pais devem estabelecer limites,
sem se sentirem culpados. Isto segundo a fase de desenvolvimento social
da criança e o que é esperado dela.
Saber dizer “não” é, segundo os especialistas, um dos aspectos importantes e saudáveis da educação de crianças e adolescentes. Uma
das maiores dificuldades na educação de uma criança consiste na tarefa
de saber dosar amor e permissividade com limite e autoridade. Todos têm
consciência da importância de impor limites, mas o fato de saber disso
não é suficiente para fazer desta uma tarefa fácil. Os pais
freqüentemente se deparam com muitas dúvidas: Estou agindo certo? Onde
eu errei? Por que ele não me obedece?
É
importante analisar como a noção do proibido vai se constituindo ao
longo do desenvolvimento infantil para compreender melhor o
comportamento da criança. Ela, até o fim do primeiro ano de vida,
obedece ao princípio primordial da vida humana: o princípio do prazer.
Por isso procura apenas fazer o que lhe causa satisfação e tenta fugir
do que é vivido como algo desprazeroso.
Nesse
estágio, ela age por impulso instintivo. Esse é o primeiro sistema de
funcionamento mental, o mais primitivo e existente desde o nascimento do
indivíduo, que é denominado pela psicologia de id.
O
id é essencialmente impulsivo – age primeiro e pensa depois. É
imperioso, intolerante, egoísta e amoral; é agressivo, sexual,
destrutivo, ciumento, enfim, é tudo que existe de selvagem em nossa
natureza. Assim, a criança quer fazer tudo o que lhe vem à mente: deseja
o que vê, imita o que fazem ao seu redor e tem permanentemente
insaciável e ativa a sua curiosidade que, freqüentemente, aborrece,
preocupa e constrange as pessoas.
Ao
mesmo tempo, essa impulsividade é uma das necessidades mais prementes
em seu desenvolvimento, que, quando reprimida, gera crianças sem brilho,
apáticas, desinteressadas e rigidamente bem comportadas. A necessidade
de tocar, apalpar, mexer, demonstrar, destruir, desfazer e tentar
reconstruir objetos são atividades importantíssimas e fazem parte de sua
forma de entrar em contato com o mundo externo.
A
partir dos 18 meses, a criança começa a se opor para afirmar-se e
existir por si mesma. É o início da fase do não, tão temida pelos pais, e
que termina, na melhor das hipóteses, por volta dos três ou quatro
anos. Nessa fase, trata-se de uma oposição sistemática, porém necessária
à estruturação e organização de sua personalidade. Basta substituir o
"não" por "eu" para se ter a chave do problema. Para uma criança, dizer
"não" significa apenas: "Eu acho que não! E você?" Ela quer simplesmente
uma resposta dos pais que, favorável ou não, terá, pelo menos, o mérito
de indicar os limites. A partir dos três ou quatro anos, a criança
passa, pouco a pouco, do "não" sistemático – modo de comunicação
arcaico, mas necessário ao seu desenvolvimento – para o "não" refletido,
que afirma seus gostos e escolhas.
CULPA E CASTIGO
Desde
cedo, a criança percebe que seu comportamento impulsivo, em vez de
satisfação, freqüentemente acarreta uma censura por parte do mundo
externo. Ela passa, assim, a dominar suas atividades instintivas. Como,
acima de tudo, a criança deseja o apoio e a aprovação dos adultos e
necessita imensamente deles, especialmente do pai e da mãe, começa a
compreender que precisa controlar melhor seus desejos e impulsos. Ao
conformar-se gradualmente com as imposições do meio ambiente (educação),
controlando ou repelindo os desejos que não podem ou não devem ser
satisfeitos, vai se estruturando o sistema moderador ou filtrador, o
ego.
O
ego faz com que a criança troque o princípio do prazer, que orientava
suas atividades instintivas, pelo princípio da realidade, mediante o
qual consegue adiar ou anular os impulsos que não são adequados ao meio
em que vivem. O ego coloca-se como intermediário entre o id e o mundo
externo, entre as exigências impulsivas e as restrições do meio.
A
parte moral ou ética da personalidade se manifesta quando julgamos
nossos atos na categoria de bom ou mau. Essas considerações dependem de
um sistema de autocensura, denominado superego. O superego desenvolve-se
a partir do ego, mediante a internalizarão ou incorporação dos modelos
externos, das advertências e censuras.
O
superego passa a atuar sobre a criança da mesma maneira que os pais:
punindo-a quando se comporta mal e dando-lhe a sensação de bem-estar
quando age corretamente. A punição assume um aspecto de sentimento de
culpa ou de inferioridade, de angústia ou inquietação. A recompensa
proporciona, por sua vez, orgulho, realização ou sensação de cumprimento
do dever, ou seja, uma virtude.
Até
dois ou três anos, a noção do proibido não lhe faz ainda muito sentido.
Será preciso repetir-lhe muitas vezes o que ela pode ou não pode fazer,
explicando-lhe em poucas palavras a razão dessa proibição. Somente
depois dos três ou quatro anos a criança passa a compreender, cada vez
melhor, as ordens dadas, começando a entender as noções de bem e de mal.
E, a princípio, ela procurará obedecer aos pais somente para
satisfazê-los.
As
crianças, ao contrário do que se pensa, são muito preocupadas com
regras. Parece que agir dentro de limites, cuidadosamente estabelecidos,
oferece-lhes uma estrutura segura para lidar com uma situação nova e
desconhecida.
É
fundamental que os adultos tenham clareza de suas convicções e sejam
fiéis a elas, pois, para os pequenos, eles são modelos vivos a serem
seguidos. É por meio do convívio com essas fontes de referências que
eles vão estruturando a sua própria personalidade.
A
criança que não aprende a ter limite cresce com uma deformação na
percepção do outro. As conseqüências são muitas e, freqüentemente, bem
graves como, por exemplo, desinteresse pelos estudos, falta de
concentração, dificuldade de suportar frustrações, falta de
persistência, desrespeito pelo outro – por colegas, irmãos, familiares e
pelas autoridades. Com freqüência, essas crianças são confundidas com
as que têm a síndrome da hiperatividade verdadeira, porque, de fato,
iniciam um processo que pode assemelhar-se a esse distúrbio neurológico.
Na
verdade, muito provavelmente trata-se da hiperatividade situacional,
pois, de tanto poder fazer tudo, de tanto ampliar seu espaço sem
aprender a reconhecer o outro como ser humano, essa criança tende a
desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional,
redução da capacidade de concentração e atenção, derivadas, como vimos,
da falta de limite e da incapacidade crescente de tolerar frustrações e
contrariedades.
O
pediatra e psicanalista britânico Donald Winnicott dizia: “É saudável
que um bebê conheça toda a extensão da sua raiva. Na vida, existe o
princípio do desejo e o princípio da realidade. Uma criança a quem se
cede em tudo imediatamente, ‘a quem nunca se recusou nada’, como dizem
os pais, suporta mal a frustração. Muitos desses pais que cedem sempre
vêem o filho no presente, ao passo que aqueles que sabem dar sem mimar
vêem o filho no tempo e no futuro. Eles lhe oferecem perspectivas, lhe
mostram o valor do desejo e da espera, para melhor saborear o que é
obtido.”
VIDA COM MAIS SENTIDO
Vivemos
numa época em que circula todo tipo de idéias sobre o que é certo e o
que é errado, valores e concepções morais permissivas estão em alta. Nós,
porém, não deveríamos ser tentados a fazer experiências inconvenientes,
em razão pressão da mídia ou de nossos amigos. Devemos cultivar
princípios para nosso viver e, regidos por eles, criar nossos filhos,
resistindo às tendências negativas da sociedade.
Por que será que muitas pessoas acham que disciplinar ou colocar limites é castigar? Disciplinar
é ensinar a criança que ela precisa ter limites, È ensinar o respeito
mútuo ente pais e filhos, e que os membros de uma família se amar e
confiar uns nos outros.
Disciplinar é permitir que uma professora realize, na sala de aula, planejamento e é estimular o respeitos.
Disciplinar também é ensinar a viver como um cidadão respeitável, e
construtivo. Isso mesmo! Disciplinar é ensinar a criança a ter
autocontrole, respeito e responsabilidade. Então, por que não
disciplinarmos nossos filhos.
Hoje, convivemos com o perigo das drogas, de jovens que roubam matam para comprá-las. Convivemos
com a liberdade sexual que aumenta o número o de adolescentes grávidas,
com a violência de filhos contra pais e vice-versa, além de inúmeras
outras ameaças. Esses problemas que envolvem a sociedade de uma maneira
ou de outra vão refletir nos lares e, sobretudo nos filhos. Por que não
ensinar nossos filhos a se afastarem das situações que podem lhes causar
donos?
REFERÊNCIAS
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